quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Bai Bai

Hi people,

Confesso que fico até envergonhada ao voltar a escrever aqui depois de tanto tempo. E digo mais, logo após questionar sobre a assiduidade alheia. Que papelão! Não é que gosto menos de vocês, é que tive duas semanas agitadas por aqui. E agora num momento de fragilidade, tenho que dizer que nem sei mais por onde começar. Enfim, aqui estou e já é alguma coisa. Creio eu.

Já que não tenho um começo, usarei um final. Isso porque foi o fato mais recente e também não deixa de ser um trocadilho bem colocado. Vocês estão sentados? A notícia é de chocar (fujam do senso comum, pois não estou grávida e também não me casei com um irlandês branquelo-porém-bonito). A japa-crazy-girl, que também não sofre de nenhum desses problemas, se foi. Não dessa vida. Voltou para a terra do arroz.
As aulas dela terminaram há duas semanas e o plano era procurar um emprego, morar perto do mar (em Bray, a cidade-vila-sei-lá-o-quê) e por lá viver uma vida pacata até abril do próximo ano. Tudo muito bonito e zen. Eu fazia planos e até já tinha me convidado para visitá-la num fim-de-semana ensolarado. Ok, estou certa que isso não contribuiu em nada para ela partir. Até mesmo porque final-de-semana ensolarado é raro por aqui. Só que como tenho o dom de atrair pessoas com probleminhas, dessa vez não foi diferente. E ainda com um agravante, a desconhecida-por-mim cultura do chá verde. Depois de apenas três meses aqui, minha comedora-de-sushi favorita abriu seu coraçãozinho e me disse que pensava em voltar para o Japão. Segundo ela, o tempo em Dublin é horrível e é mais do que um motivo suficiente(?). Ok, eu que venho de um lugar onde o inverno atinge 32 graus não tenho falta de vitamina D aqui, logo não será ela que terá. Aliás, aqui faço uma observação. Essa história do tempo de Dublin é muito mal contada. Todo ser humano quando decide vir para cá, uma hora ou outra, se depara com a informação de que aqui chove 360 dias no ano, pelo menos. Ou seja, nenhum motivo para surpresa e/ou frustração ao ver os primeiros pingos. Além desse caso nipônico, normalmente brasileiro fica muito nervoso com o tempo daqui. O interessante é que a maioria é paulistano. E se ainda me lembro bem, SP é carinhosamente chamada de terra da garoa, não?! E pasmem, muito provavelmente isso seja por causa de suas habilidades climáticas. Ahã! Muito mais do que intrigante. Enfim, voltamos ao caso em questão. Como sou incomodada com essa história do tempo, acabei descobrindo a verdade. Logo que ela chegou aqui, enviou uma carta ao tal do quase-namorado e depois de três meses o super-zeloso-e-dedicado rapaz respondeu. Por e-mail. Ela se estremeceu e resolveu voltar. Eu dormiria melhor com a história do tempo. Perplexa, acho que a deixei envergonhada. Então a isso, ela somou saudades da família. Disse que iria passar um mês lá e depois voltava. E quem acredita? Deve ser o sangue kamikaze nas veias japonesas. Essa era a última semana dela. Eu, e até mesmo o espanhol, estávamos certos de que ela partiria no sábado. Iria gravar um cd com músicas brasileiras, mas não deu tempo. Sem querer, descobrimos após o jantar de ontem que o voô dela era essa manhã. Ou seja, só consegui fazer uma lista com nomes das músicas. Segundo o espanhol e seus comentários, deve ser alguma tradição japonesa manter tudo em segredo. Tenho que dizer que me senti menos querida. E acho que o doido do espanhol também. Só que japonês é japonês. E depois ela se redimiu. Conseguiu meu perdão quando mostrou meu nome traduzido para o japonês. Não sabia que era tão complexo. Para minha leiga pessoa, bastava escrever de maneira ornamentada. E como todo nome oriental, cada letra vem adicionada de um significado. O meu, pintura + amor. Muito bonito. Pela primeira vez, não tenho que me fingir de Elena para ter algum significado. Agora tenho as minhas próprias letras. Tá, na verdade meu nome em japonês se torna Eren. E por mais estúpido que isso possa parecer, uma vez errei meu nome e me chamei de Eren. Ok, ridículo. Só que agora vejo como um momento de super-sensibilidade. Aliás, eu acho essa história toda muito interessante. Tanto para os coreanos quanto para os japoneses (e possivelmente para os chineses) os nomes são escolhidos baseados nos significados. Por exemplo, descobri que Bora significa violeta. Só ainda não descobri quais produtos ilícitos os pais dela faziam uso para querer dar esse significado para a filha. E digo mais, se minha mãe soubesse disso há alguns anos atrás, provavelmente eu teria esse nome hoje. Ainda culturalmente envolvida, mostrei coisas do Brasil e ela do Japão, obviamente. Vi japonesas trajando um quase-kimono e flores no cabelo numa praticamente-colação-de-grau. Mostrei também minhas fotos e minha beca agora-sem-graça-americana. Assistimos uma parte de um desfile de carnaval. Mostrei onde fica SP e obviamente centralizei Jaú. E aproveitando esse momento de esclarecimentos, comentei sobre um tal vídeo que recebi há quatro anos atrás com alguns japoneses-safados cantando Yata. Ela morreu de vergonha. Ficou quase que sem ar, de novo. Na tentativa de ajudar, mostrei É o Tchan com Carla Perez em seu auge. Acho que a acalmou. Contei a ela sobre o blog e só não digo que ela se tornou uma de vocês por questões ridiculamente óbvias, mas passou a acessar meu álbum de fotos.


as habilidades de uma japonesa com um origami





há!


(ok, a foto vale mais como um registro aqui)
eu fiz o rosinha que na minha opinião parcial ficou jóia
a japa até ficou boquiaberta. Ponto pra mim!


Tá, a foto é tosca. Eu sei
Só quero compartilhar meu momento de aprendizado.
(o inglês aí é da italiana que morava aqui em casa até semana passada, o boneco da esquerda é meu e o da direita é da Hiromi- como vocês podem observar na legenda)

Por mais imperceptível que ela fosse na maioria das vezes e ainda que tivesse algumas atitudes estranhas, tenho que dizer foi uma baixa importante. Gostava de nossas conversas e de assustá-la com nossas diferenças culturais. Acho pouco provável, mas gostaria de vê-la novamente aqui. Afinal, adoro gente com probleminhas.
beijinhos pasmados,
Ellen

P.S Super recomendo o vídeo dos sushis-men. Para aqueles que não sabem como essas espécies de portais funcionam, é só clicar em cima do nome dos japoneses no texto acima. Mais uma vez, aconselho abrir em uma outra janela.

P.S 2 Aos poucos estou de volta! =)


8 corações abertos:

JP disse...

Tentei pensar algo engraçado pra dizer, mas não veio nada na cabeça (como isso é possível ???).

Se serve de alento, em 3 semanas estarei aí ! (Será que agora te botei ainda mais pra baixo?)

Unknown disse...

Ellen embora vc.já tivesse me falado sobre o origami,achei muito legal.Não fazia idéia como ficava.Que pena que a Japa se foi.Sei que sentirá falta dela.Quanto ao seu nome,pena não ter sabido antes,senão faria o mesmo que os pais asiáticos.Com certeza vc. não chamaria Ellen.Beijus saudosos.Fico contando os dias que faltam p/ vê-la.Ainda bem que o tempo está passando rápido.Bom FDS.

Pâm disse...

Ohhhh eu vi o CD do Coldplay japa!!!
Confesso que estou chocada com a baixa. Perguntou a ela como se fala povo estranho em japonês?
Bjos

Lilit disse...

Ahahaha
Acho q povo estranho em japones pode se chamar Yatta!

e q bonito o intercambio cultural entre vcs.=)

bjao

Mr. Japys disse...

Eren,

mais 3 posts vc estará de volta...

Quanta falta de consideração com os leitores...

Prometi nunca mais vir aqui, mas vou relevar dessa vez.

Só dessa vez...

beijo

JP disse...

Concordo com o Zé !!

Pâm disse...

Doce ilusão a nossa, achar que a Ellen voltou... Agora é aguardar mais três semanas por notícias novas...

Unknown disse...

Ellen,eu não havia lhe perguntado se o seu blog seria semanal,quinzenal ou mensal? Estou com peninha dos seus amigos.Estou até com vontade de escrever no seu blog,contando tudo o que vc.me fala.Olhe que as novidades não são poucas.Ainda bem que não preciso esperar por ele.Daí já se passou tanto tempo,que vc.conta metade do que acontece p/ eles.Tire ao menos um dia da semana p/escrever,senão logo não terá mais leitores.Bjus.