domingo, 29 de março de 2009

birthday

Hoje é meu aniversário.
Sei que para vocês ainda não, afinal 4h nos separam agora. Na verdade para mim também é só meio que em teoria. Apenas considero o dia um novo dia depois do amanhecer. Enfim...

Só sei que cá estou, agora com 1/4 de século de vida comemorado pela primeira vez na primavera. Começo a me afastar dos 20 e a rumar para os 30. É a idade indicada para o começo do uso de cremes anti-rugas, de ter dinheiro próprio para sustento e o pior, de começar a pensar em fazer planejamento familiar. Eu começo bem. Sem um tostão, sem pretendentes, mas pelo menos continuam pedindo minha identidade para entrar nos pubs daqui.

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Vou sentir falta de vocês hoje (ou amanhã) comigo.

Happy b-day!
Cheers!

Ellen

sexta-feira, 27 de março de 2009

paddy´s tuesday

Voltando ao assunto…
Dia 17 de março é o dia de St. Patrick, mas a festa em si começa alguns dias antes. Esse ano, desde quinta-feira. Sim, são 5 dias de comemorações. É como se fosse um final prolongado quando a cidade está cheia de gente bonita festejando para cima e para baixo. E nesse clima super convidativo, o João Eduardo veio me visitar. Seguindo todas tradições culturais do país, por 4 dias usamos nossos acessórios comemorativos, nos empanturramos de comidas típicas (e outras também de origem duvidosa) e fomos de pub em pub. Foi ótimo, porque sempre ajuda a amenizar a saudade.

O quinto e último dia é o mais esperado por todos. É quando todos vestem algo verde (tudo bem que há pessoas usando verde todos outros dias também, como nós), vão as ruas para ver o tão esperado desfile e depois se afogam em litros e litros de pints. Ah, inclusive há cerveja verde nesse dia. Eu estava super entusiasmada com isso e achei que fosse vê-la jorrar por todos os cantos da cidade, mas não. É quase que um mito. Achamos a tal cerveja só em um pub e que nem era dos mais animados, conclusão, deixamos para depois, esquecemos e não a tomamos. Tudo bem, quem me garante que não tinha menta lá dentro? Eca!…Só tomei um milkshake verde-super-edição-especial no McDonald´s, o tal do Shamrock Shake. Olha que coisa de gente perdedora! Eles não dizem do que é feito, mas só pode ser com menta. Tinha gosto de menta, oras. Diria que foi pela experiência e também só me custou 1 euro.

Antes de irmos para o desfile, fomos encontrar uma das minhas novas amigas, a Joana. Ela é portuguesa e eu ainda tenho algumas dificuldades em entendê-la. Ela também morava lá no albergue. A cidade estava absurdamente lotada. Como esperado, gente verde por todos os lados. Claro que não conseguimos escolher nosso lugarzinho ao sol. Ah! Isso vale um menção…o dia estava lindo! Super ensolarado (!). Aliás, foram 5 dias de sol interruptos, apesar do ventinho gelado de fim do dia. Ficamos presos no meio da multidão num dos piores lugares possíveis para assistir ao desfile, acredito eu. Nessa hora eu entendi porque todos os irlandeses que eu conversei sobre isso disseram que preferem assistir pela TV. Bom, como não sou irlandesa, eu é que não iria ver televisão. O tema desse ano era The Sky is the limit. E por ironia, não conseguimos ver nada, só as coisas altas que estavam perto do céu. Além de escutar as bandinhas, claro. DSC00854

Tudo bem que eu pouco vi, mas não entendi muito bem o que estava acontecendo. Primeiro, um balão. Super bonito por sinal. Depois, umas réplicas de jogadores gigantes saltitando. Esquisitos. Daí, uns sacos de batatas (?) e uma vaca de cabeça para baixo (?!). Em seguida, uma aranha inflável desgovernada, um foguete, um porco dourado voador (???) e o Godzilla, mas só a cabeça e os braços. Um irlandês branquelo e mirradinho estava no lugar do corpo. Para encerrar, flores gigante com a música dos Beatles seguidas de uma banda alemã em trajes vermelho e preto tocando algo parecido com o Olodum (!). Acredito que eles ultrapassaram todos os limites. Nunca vi uma coisa tão doida. Ou vai ver que as alas que faziam as conexões de uma coisa com outra eram terrestres, e portanto, longe do meu campo de visão.


Sei que é algo para não ser comparado, mas não tem como não notar que a estrutura fica anos luz de nosso carnaval. É algo meio alegórico, artesanal e quase que precário. Quase que um “Hoje é dia de Maria”. Eu gosto. Acho bonitinho. E também a cidade não comportaria algo que fosse diferente, já que o desfile é feito na rua e cruza toda a cidade. As pessoas ficam atrás das grades de ferro e aqueles que quiserem sentar, há algumas poucas arquibancadas pela bagatela de 60 euros! Claro! O que são 30 euros a hora?! Uma coisa que me impressionou foi a civilidade. Tudo muito tranquilo. Fui e voltei com bolsa, máquina fotográfica e todos meus outros pertences. Ok, comentário de gente perturbada. Enfim. Ao final, nada de empurra-empurra para ver quem chegava primeiro. Todos iam serenamente. Claro que só estava um pouco apertado demais. De lá, fomos ao Temple Bar. Nós e todo o resto. Fomos seguindo o fluxo e quando demos por nós, estávamos seguindo um podemos-chamar-de-bloco-de-carnaval brasileiro. Olha só como tem pouquinho da gente gente aqui. Pela primeira vez eu vi os pubs com filas quilométricas para entrar. Ninguém merece. Gente de tudo e em tudo quanto é canto. Eu as evitei. Não as pessoas e sim as filas. Só qual seria o tamanho de minha frustração se não fosse a um pub no dia de St. Patrick´s?! Logo, super malandra que sou, entrei por uma portinha-lateral estratégica num deles. Quase fui pisoteada. Sem contar que a tal portinha era tão lateral que tive que atravessar todo o pub naquele amontoado de gente para chegar a algum lugar. Lotadíssimo. Foi uma decisão sábia a minha. Até as idas ao banheiro tinham que ser planejadas com muito tempo de antecedência. Confesso que não aguentei ficar muito tempo por lá e também não me arrisquei ir a outros lugares. Voltei para o samba na rua. Depois fui para o rock dos italianos e terminei junto ao baila-baila dos romenos. Aliás, creio que eram romenos. Eles que adoram sanfonas por aqui.

O dia foi ótimo. Aliás, todos os cinco dias foram pra lá de bacaninhas. Mais um pouco e eu até me converteria! =)

beijos apertados,
Ellen

P.S. Super inovando, optei por novas formas de postar fotos. Espero que não tenha complicado a vida de vocês. Qualquer reclamação, façam.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Both of you

Antes de retomar o dia do Paddy, vale fazer uma pausa para o Dia das Mães. Aqui na Irlanda foi domingo. Eu, perdida que sou, liguei para minha mãe para avisá-la que seu cartão chegaria um pouco atrasado, já que era quinta-feira e eu ainda não havia colocado no correio. Para minha surpresa, minha mama ficou ainda mais surpresa. Disse que era delírio meu, já que ainda falta horrores para o dia das mães. Conclusão, o cartão chegará a tempo.

No mesma quinta-feira, estava eu a comentar o acontecido com meus companheiros de casa, os espanhóis, e fui surpreendida com a notícia que na Espanha aquele era o dia dos Pais. Sim, nada de domingos. Era na própria quinta-feira, já que se tratava do dia de São José. Só que nada de dia das mães no domingo para eles também. Só em maio como o nosso, creio eu.

Conclusão pra lá de coxinha, pouco importa o dia, para mim todo dia é dia das mães e dos pais! Bom, pelo menos dos meus.

Amo muito vocês minha dupla favorita!


beijos duplos e cheio de saudades,
Ellen


quarta-feira, 18 de março de 2009

Paddy´s Day!

Ontem eu era irlandesa.
Aliás, no Dia 17 de março todos são irlandeses. É o dia conhecido como St. Patrick´s Day, ou para os íntimos, o Paddy´s Day. Para aqueles que nem sabiam que ele existia, o Saint Patrick (ou o São Patrício, como chamam no Brasil e eu acho esquisitíssimo) é o padroeiro da Irlanda (embora pudesse ser conhecido também como o padroeiro da cerveja). Além de ser também o responsável pela elevação do trevo à categoria de celebridade e a extinção das cobras na Irlanda. Sim, não há cobras na ilha inteira. Eu acho ótimo, já que não gosto delas. Porém deve ser por isso que há tantas aranhas por aqui. Enfim. Hoje a República da Irlanda (onde estou e cuja capital é Dublin – há!) é um país católico e o St. Patrick ajudou nisso. Ele usava o trevo de 3 folhas para explicar a Santíssima Trindade (o tal do Pai, Filho e Espírito Santo) todos unidos por um único caule (é chamado caule aquele ‘tronquinho’, não?). Espirituoso ele. E foi assim que o trevo se tornou o símbolo da Irlanda. O de três e não o de quatro folhas, como eu pensava quando aqui cheguei. Já em relação as cobras eu desconfio que seja verdade. Já ouvi dizer que elas nunca existiram por aqui. Porém, como elas são um símbolo pagão (a tal da serpente com a maçã) nada mais bonito e poético do que St. Patrick escurraçá-las daqui.


Happy Paddy´s Day (ainda que no dia seguinte)

Feitas as apresentações iniciais, em breve trarei notícias e fotos de como foi o meu dia de irlandesa. Aguardem. Se é que ainda tem alguém aqui para aguardar! =)

beijos triplos,
Ellen

P.S Só por curiosidade, os trevos são chamados de Shamrock nessa língua.
P.S. 2 Achei esse vídeozinho que que mostra o momento da expulsão das cobras da Irlanda. Um tanto quanto sangrento, mas engraçadinho.




segunda-feira, 2 de março de 2009

Dia de São Valentino

Sei que as notícias já estão um pouco ultrapassadas, mas como dizem por aí, nada como um dia após ao outro. No dia seguinte ao meus maus momentos vividos, foi o Valentine´s Day (14 de fevereiro). Traduzindo, o dia de São Valentino, que nada mais é que o Dia dos Namorados. Sim, acho que só no Brasil é comemorado em junho. Não sei porque. A data em si não surte efeitos desastrosos em mim, mas esse seria meu primeiro final de semana aqui, ainda sem amigos e num dia em que todos andam aos pares e meninas sozinhas não são bem vistas, ainda mais em pubs. Enfim. As coisas aqui não são muito diferentes do Brasil nesse dia. Corações, flores e cartões para todos os gostos e por todos os lados. Além de restaurantes lotados e preços inflacionados. E o que era para ser um dia fadado a desgraça, foi adorável. Já que precisava de calças novas, resolvi que não haveria dia melhor para isso. E lá fui eu para meu programa revigorante de mulherzinha, compras. Antes de sair, coloquei meu super casaco quadriculado/xadrez (sim, o tal) e antes mesmo de deixar o quarto escutei um "que lindo seu casaco". Quase me debulhei em lágrimas. Depois disso, ouvi outras três vezes no mesmo dia. Foi especial. O albergue fica em frente ao Rio Liffey e estrategicamente atrás do Temple Bar. Ao sair daqui, vi uma movimentação estranha no rio e imaginei que alguém tivesse se jogado. Deve ser trauma de ter morado na região em que tudo acontece em SP (helicóptero em baixo de ponte, buracos homéricos, gente se jogando semanalmente no Rio Pinheiro, etc). Só que na verdade era uma competição de remo. Muito legal. Não sei bem exatamente do que se tratava, mas as mais diferentes pessoas estavam participando. Tinha o barco dos novinhos, dos velhinhos, das mulheres e por ai vai. Estava divertido. Havia alguns até com torcida organizada.



o albergue fica ali do lado esquerdo da foto
é do lado desse prédio marrom, só que não aparece na foto


eu adoro as meias

Quase congelando na beira do rio, resolvi que era hora de ir atrás das calças. Aqui há uma loja jóia que tem várias marcas e custam pelo menos 40% menos do que numa loja normal. É uma beleza. Enfim. Para lá fui eu. No caminho, numas das ruas famosinhas e charmosinhas de Dublin, a Grafton Street, vi mais uma manifestação. Dessa vez era um apanhado de pessoas sassaricando de um lado para o outro com cartazes. Míope que sou, só notei de se tratava do Free Hug quando já estava a uma distância suficiente para ser abraçada. Para aqueles que não sabem, Free Hug é uma campanha bem legalzinha e destinada a gente carente. Bobagem! Na verdade, tudo começou na Austrália com a bonita idéia de distribuir abraços a estranhos nas ruas de forma gratuita e pura para fazer as pessoas se sentirem melhor. Bom, comigo funcionou. Lá estava eu acanhada e tirando fotos quando fui notada e consequentemente abraçada. Aliás, mais um pouco eu teria até chorado no ombro do coitado que me abraçou. É o tal negócio de gente-recém-chegada-e-descontrolada. E eu também havia sido apedrejada no dia anterior, tinha todo esse direito. Só que me comportei. Não queria assustar as pessoas. Aliás, diria que de todos os abraços de poderia ganhar, recebi um bem bacaninha. Abençoado seja aquele que deu o primeiro abraço!


os que não abracei


o abraço que ganhei

Logo após a galerinha dos abraços gratuitos, havia a galerinha do Love Bus. Sim, o Ônibus do Amor (?!). Confesso que fiquei receosa com o que isso poderia ser, mas se tratava de caridade. Sim, caridade no sentido menos inovador da palavra. Por mais mesquinho que isso possa parecer, o dinheiro que tinha era para as minhas calças. Mantive o foco e passei rapidinho por lá.


The Love Bus


No final, não comprei as calças, mas super me diverti. A barganha do dia ficou por conta de um casaco da Zara de 40 euros por 14 euros! Ponto para mim. Agora as lojas só vendem roupas de verão (?!).
abraços apertados,
Ellen

P.S. Vale dizer que hoje eu me encontro muito mais estabilizada emocionalmente do que o tal dia em questão.

São as águas de março

E já é março...!

Em poucos dias fará um mês que estou de volta...
Em pouco mais de uma semana será St. Patrick´s Day. O dia em que tudo é verde, inclusive a cerveja...
E em algumas semanas será meu aniversário! O dia em que completarei 1/4 de década. Aliás, essa questão de idade tem me causado conflitos internos. Todos acham que sou muito mais nova do que realmente sou. Antigamente (digo, até umas duas semanas atrás) ficava radiante ao escutar isso, mas agora depois de ouvir pela quarta vez em menos de uma semana que eu tenho 19 anos, comecei a me preocupar. Afinal, afasto os mais velhos e só atraio os mais novos. Em todas as áreas da minha vida. Conclusão, sempre acabo virando a tia da galera. E do auge dos meus felizes 19 anos, passo bruscamente a me sentir uma trintona! No entanto, acho que ainda não paro com meu anti-rugas.



(sei que o vídeo foge do contexto, mas é do senso comum pensar em Águas de Março todas vez que a palavra março é mencionada. Além do mais, achei essa versão curiosa)

beijos de fim de inverno e verão,
Ellen