sábado, 21 de maio de 2011

mudamos

casa nova

domingo, 1 de maio de 2011

Graphic1

and it’s for good!


Daí vem a pergunta, o que fazer com o blog aqui?! Afinal, coisas para falar eu sempre tenho só que vou fugir do assunto.  ;)

Respostas?! Deixem ali na pesquisa do lado direito, por favor!


beijos de quem (acha) que vai ficar,
Ellen

quinta-feira, 7 de abril de 2011

momento Palmirinha

Se tem uma coisa que eu sinto falta da Irlanda é das chicken wings – que traduzido para asinhas de frango não surtem o mesmo efeito.

No Brasil, nunca fui muito fã e adorava quando vovó era ainda viva e comia todas as asinhas. Porém as irlandesas, que tem origem americana, são diferentes.

Digo, não toda e qualquer asinha. Há especificamente um restaurante em Dublin que serve as melhores asinhas de frango de todo o mundo. São pequenas, torradinhas, com um molhozinho picante e um q de azedinho. Coisa de outro mundo.

Aliás, as duas últimas coisas que fiz antes de me mudar da Irlanda foram beber uma Guinness e comer as tais asinhas. Não necessariamente nessa ordem, já que uma Guinness é quase uma refeição completa.

Desde que vim para na Bélgica, sonho com as tais. Ok, sei que isso faz de mim uma pessoa digna de dó, mas isso é porque você nunca as comeu. De posse de todo tempo livre desse mundo, resolvi replicar as tais asinhas. O problema é que a receita é que nem a da Coca-Cola. Ninguém sabe e ninguém nunca viu!

Depois de horas pesquisando em chats, fóruns, sites e pegando dicas com quem entende, fiz minha primeira tentativa há duas semana atrás. Antes de ir ao forno, ficaram lindas e muito parecidas. Depois de prontas, ficaram deliciosas, mas diferentes das tais.

Eu que tive problemas graves em assumir um lado mais dona de casa, estou aqui compartilhando a receita com vocês (veja logo abaixo). Recomendo!

E como minha obssessão é notória nessa casa, semana passada tivemos mais uma tentativa. Ele fez chicken wings como meu jantar de aniversário. Sim, a gente não liga pra essa coisa romântica de comer com talheres e nem de comer só coisas refinadas em ocasiões especiais. A receita foi diferente e no final tivemos as wings cravejadas em gergelim. Yummy-yummy! Receita num post futuro, já que é muita informação para mim,  compartilhar receitas agora nos meus 27.

…..
Você precisará de:

- asinhas de frango, obviamente;
-sal e pimenta;
- molho de pimenta;
- farinha de milho;

Essa é a parte mais chata e eca do processo, mas essencial. Já comi muitas asinhas gigantes por aí que fazem da sua vida um problema. O negócio é cortá-las ao meio. Bem ali no V. Daí fica a coxinha para um lado e a asinha em si para o outro. Cortadas, você as coloca para cozinhar em água com o sal e a pimenta. Enquanto elas cozinham, você faz o molho.

Aqui está um problema, porque caso você não tenha um pai que nem o meu que cultiva suas próprias pimentas e faz seus próprios molhos, você pode utilizar qualquer o molho de pimenta que você mais gostarAqui eu usei um molho de pimenta  do Nando´s (um restaurante famosinho de Londres) com um pouco de molho de pimenta do Hocca (sim, o Hocca, o famosinho aí de SP que vende pastéis e sanduíches de mortadela,  e que eu carreguei todo esse tempo comigo). 

Você mistura  umas 5 colheres desse molho de pimenta, 1 de vinagre branco e umas 6-8 colheres de manteiga. Manteiga, manteiga, não margarina. Não preciso dizer que você derrete a manteiga numa panela e daí acrescenta o molho e o vinagre, né?

Feito o molho, as asinhas já estarão cozidas (ou quase). Você passa elas na farinha de milho e depois no molho de pimenta com tudo misturado. Coloca elas numa assadeira e coloca no forno.

Demora um bocadinho, mas ficam óteemas! E não, não ficam super apimentadas.
…….

Como essa minha obsessão pelas autênticas não tem data para acabar, sigo tentando. Qualquer novidade, eu faço para vocês!

beijos de boca aberta,
Ellen

PS. Infelizmente, comemos tudo antes mesmo de eu pensar em tirar um fotos para ilustrar. Nas duas vezes.

quinta-feira, 31 de março de 2011

coisas que só o google faz por você (2), o retorno

Logo depois de publicar o post anterior, recebi o e-mail com a resposta.

Eu:
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Eles:
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Agora, oi? Gostaríamos de nos desculpar caso tenhamos causado algum constrangimento a você. Ah, e claro que nos sentimos péssimos também por termos utilizados suas fotos sem autorização. Sim, seu perfil foi deletado, mas seu nome estará relacionado a “free online dating girl, 26, from Belgium” por um tempo, talvez pra sempre, lá no google. Ah, e como segundo resultado da busca. Estamos arrasados por causa disso também. Tenha um bom dia.

Não, o que veio foi “caso você queira restaurar seu perfil, nos contate”.

Oi? Perfil? Que perfil? Eu nunca fiz um perfil ali! Preciso desenhar?

Ok, “meu perfil” foi  realmente deletado. Será que sou eu que tenho que agradecer?!

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Agora  como é que a gente faz com o link lá no Google?

beijos ainda indignados,
Ellen

coisas que só o google faz por você (2)

Esses dias procurei meu nome no Google. Sim, uma vez ou outra eu faço isso. E eis o que encontro:

Picture1

Oi?  Eu, free online dating girl? Desde quando?

Entrei no tal do website. Todas minhas fotos já utilizadas no perfil do Facebook estavam lá. E digo mais, com direito a um comentário em holandês/flamengo/dutch em uma delas.

Oi? Eu não tenho interesse em você! E oi? eu – como pessoa de verdade- não tenho um perfil aqui.

Um descontentamento tomou conta de mim. Escrevi um e-mail ao website pedindo por gentileza que eles retirassem meu perfil, já que oi? Eu não sou uma free online dating girl e nem tenho pretensões em me tornar uma. Além do pequeno detalhe de que eu nunca autorizei o uso das minhas fotos para tais fins.

Agora diz pra mim como é que a gente faz quando  já se tem alguém e esse alguém usa internet? Ok, a gente explica. Agora como é que a gente faz quando se está procurando emprego bem agora e algumas das vagas são para trabalhar com redes sociais? Provavelmente eles vão te procurar no google e aí? A gente coloca uma notinha no currículo dizendo que oi? eu não sou free online dating girl, 26, from Belgium?!

E como diriam meus amigos espanhóis: a eles que ainda não responderam ao meu e-mail desde terça-feira passada, ¡No me toques los cojones!.

A vocês, fiquem espertos.

beijos indignados e envergonhados,
Ellen

ps – agora procuro uma forma de contatar o Facebook, já que claramente todas as fotos utilizadas vieram de lá. Alguém sabe como faz?

quarta-feira, 30 de março de 2011

mas já?!

Pois é, mais uma primavera para mim!Picture1

E para você que acha que eu não envelheço, um beijo.

quinta-feira, 24 de março de 2011

aprende com a tia

Há mais ou menos 1 mês  atrás fui informada que algo muito importante estava prestes a acontecer em nossas vidas. Obviamente, inúmeras coisas passaram na minha cabeça...vamos mudar de novo? andar de ônibus ousadamente sem ticket? dar um fim no cachorro xexelento da vizinha? talvez comprar um cachorro? Não. Era o campeonato das 6 nações que iria começar, o tal do 6 Nations. De rugby, vale a pena mencionar.
Enquanto na Irlanda, passei por um intensivo sobre hurling e futebol gaélico. Rugby, só o tag rugby (o qual não vou dar muito detalhes, mas é um time misto de meninos e meninas que carregam grudados em seus shorts uma espécie de faixa. Daí ao invés de pularem um em cima do outro, é só puxar a faixa para parar a jogada. Uma forma de se jogar rugby de maneira mais sútil. Enfim, detalhes clique aqui).
Como o nome diz, o 6 Nations é composto de 6 nações. Simples assim. A Irlanda, França, Itália, Escócia, Inglaterra e o País de Gales. É o campeonato mais importante depois da Copa do Mundo de Rugby.
Apenas seis, mas eu tenho pra quem torcer.
Eu acho meio complicado de entender as regras. Na minha cabecinha voltada ao futebol, considero tudo muito permissivo. É gente se pegando, se batendo, pulando em cima do outro e etc. Eu acho engraçado, e agora que entrei no clima, acho interessante também.
Partindo do princípio que você sabe tanto quanto eu, ou se possível ainda menos, aqui vai um esquema básico de como o rugby funciona. Pelo menos nesse campeonato. Sei que há outras variantes, mas isso é pra nível avançado.
São 40min cada tempo.
Jogadores: são 15 de cada lado. De preferência homens grandes e com um q de brutalidade.
Há umas semanas atrás, eu vi esse da França pela primeira vez.

Sebastien Chadal, mais ou menos em escala, e equivalente ao Zidane no futebol
No futebol o objetivo é o gol, no rugby é o try - que é colocar a bola no chão no final do campo e te dá 5 pontos no placar. E é aí que a coisa fica divertida.
Você disputa a bola...


Ireland v England - lineout
Daí você corre para tentar marcar o try...

Ire v Wales - run
 
O outro time tem que te impedir. Daí vem o tackle...(que não pode ser acompanhado de socos e pontapés, e só vale dos ombros para baixo)
Ire v Eng - tackle 4
Italy v Ire - tackle
France v Wales (tackle)


Se eles te pegarem e você cair no chão com a bola...

Você fica ali, deitado com o resto, sem poder segurar a bola até que alguém venha e tente a  pegar por trás ...

Se esse alguém pegar a bola, ele continua a jogada e corre para marcar o try. Só que o tackle pode acontecer de novo e assim sucessivamente….
Caso você veja que estão querendo roubar sua bola você pode passar ela, mas sempre para o lado ou para trás. Para frente só se for chutando-a…
Mike-Tindall-Mark-CuetoEngland
Se você a passar para frente usando as mãos, a jogada é parada e para começar de novo é preciso o scrum...
rugby-scrum
No scrum, há 8 jogadores de cada time em cada lado. Um jogador coloca a bola no meio deles…
scrum-v-france1
E daí começa um empurra-empurra, do tipo disputa eu-sou-mais-forte-que-você, para tentar fazer com que a bola fique do lado do seu time. 
Esse empurra-empurra faz com que muitas orelhas de jogadores de rugby, quando eles não usam o chapéuzinho protetor,  sofram alguns probleminhas.
09
chris-jack
No meio dessa muvuca, alguém consegue pegar a bola e começa tudo de novo. Passa a bola para o lado ou para trás para alguém, esse alguém tem que correr (para frente, caso valha a pena mencionar), daí ele pode sofrer o tackle e por aí vaí até marcar o try...
TommyBowe - Ireland - try
Colocada a bola no chão e o try marcado, é dada a chance de um chute a gol…
try
O gol é em formato de H e a bola tem que ir por cima. Feito isso, 2 pontos a mais no placar e começa tudo de novo.
Ire v Italy goal
Algo que eu gosto é o fato de os árbitros  terem super poder e serem super high-techs. Durante a partida, só o capitão do time pode falar com ele. O resto do time, calado. Sem dramas, choros, reclamações e toda aquela ladainha. Caso aconteça, o time e/ou jogador podem ser punidos. Eles usam microfones, então assistindo pela TV você escuta as broncas, dicas e conselhos. Eles também usam replay em vídeo para uma ajudinha na tomada de decisões mais polêmicas.  Se no futebol fosse assim, a Irlanda teria ido para a Copa e a mão do Maradonna não seria abençoada.
E mais do que gostar de todo esse poder do árbitro, eu gosto é do Haka*. A Nova Zelândia está para o rugby assim como o Brasil está para o futebol. Todo mundo espera que eles sempre ganhem e quando eram favoritos absolutos em uma das Copas do Mundo de rugby foram chutados pela França na final. Nós somos canarinhos, eles são All Black!
* Haka: é uma dancinha de guerra que eles cantam toda partida antes de jogarem. Assim, juntos, encarando o time adversário com essas carinhas simpáticas, mostrando a língua e  simulando um corte na jugular deles no final. Se eu fosse você procuraria por mais no youtube.
Obviamente, a tal dancinha acaba provocando diversas reações. Em 1989, os irlandeses chegaram junto e 1min a mais, um abraço coletivo teria rolado.
Por enquanto, é o que sei de rugby. Jogar, o mais próximo que fiz foi treinar passes de bola com um grupo de irlandeses. Eu, brasileira e de alma futebolística, estava apenas passando a bola. Assim, como jogamos um para o outro. Só que não, tem que dar uma giradinha nela antes. Muito complicado para mim que prefiro usar os pés. 
beijos passo-a-passo,
Ellen

sexta-feira, 18 de março de 2011

happy paddy’s day …

…atrasado?

DSC03180

todos os meus beijinhos foram para ele,
Ellen

domingo, 13 de março de 2011

coisas de mãe

Uma garota, de 21 anos, veio conversar comigo sobre o relaciomento dela com o namorado. É, por alguma razão as pessoas sempre querem abrir o coração delas para mim. Ela estava se achando muito nova para esse tipo de coisa. Eu escutei, perguntei e falei o que achava. Afinal, eu gosto de falar. No final da conversa:

- É, você é mais velha. 26, quase 27. Mais experiência. Você sabe o que está falando.

E assim, no mês do meu aniversário e depois de um dia super bacaninha, voltei para casa arrasada.

um beijo de quem tá quase da metade do ciclo de vida,
Ellen

sábado, 19 de fevereiro de 2011

pagando a conta de luz…

Há umas 2 semanas atrás, recebi minha primeira conta de luz. Simples seria se eu a consegui ler. Veio em holandês. Em francês já seria na base da adivinhação, mas em holandês é sacanagem.

Ok, conta de luz. Deve ser simples. Eram 3 folhas. Uma com o consumo, uma pequena com um monte de coisa escrita e outra em vermelho que parecia ser o boleto. A única coisa possível de entender, 11 de fevereiro. Assumi como prazo do pagamento, e daí onde pagar?

Aqui há várias lojas a la vende tudo. Jornais, revistas, créditos para celular e etc. Por instinto achei que pudesse pagar em qualquer uma. Afinal, no Brasil paga(va?)-se até em lotéricas. Procura na internet aqui, procura na internet dali e nenhuma informação do que fazer. Ok, o banco. Segundo instinto. Ainda assim, ligo para minha mais nova consultora de assuntos burocráticos, Carol.

- Ei, tenho uma pergunta ridícula. Onde eu pago a conta de luz?
- Eu pagava no banco até descobrir como pagar online.

Fui para o banco. Fila na recepção, como em todos os lugares desse país. Chega minha vez e ela confirma que eu posso pagar ali. Ótimo.

Fila agora pro caixa. Entreguei as 3 folhas.

- Você tem seu cartão de identidade com você?

(Hã?! Como assim?! Preciso de passaporte, cartão de identidade e essas coisas pra pagar uma conta?)

- Não. Eu não trouxe nada comigo. Eu só vim pagar a conta, daí eu só tenho o dinheiro para pagar a conta. Não serve?
- Não. Eu preciso de sua identificação.
- Outra alternativa?
- Tem o correio na rua de trás. Eles aceitam.

Chego no correio. Fila.

- Oi. Eu vim pagar a conta de luz, mas não tenho nada comigo que não seja o dinheiro para pagar a conta de luz. Isso já ajuda?
- Tudo bem. Você pode pagar aqui.

(Ok então)

Entrego as 3 folhas.

- Você não assinou aqui.
- Onde?
- Essa daqui. É o contrato. Você tem que assinar. (me mostrando uma das 3 folhas)
- Ah! Isso é o contrato? Como eu vou assinar um contrato se eu não sei o que está escrito?
- É só um papel falando que você confirma tudo que foi falado ao telefone quando abriu a conta.

Assinei. Se não, não teria luz e nem gás.

- Ei, você sabe porque minha conta veio em holandês? Quando estavamos acertando os detalhes, nunca foi falado holandês. Sempre francês ou inglês. Menina estúpida do telemarketing. 
- Ahã!... Eu vou mudar pra você…. Holandês?!?!  (e deu uma baforada de reprovação).

Eu ri, e proferimos, ainda que em silêncio, palavras de reprovação ao acontecido.

Assim, a mocinha do correio - que me fez esperar horas na fila - foi até agora a única pessoa simpática e pró-ativa que encontrei por aqui. E também, foi essa a primeira vez que eu vi algum sinal real de desentendimento entre as línguas.

beijinhos de quem vai pagar online na próxima vez,
Ellen

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

coisas que só o Google Translator faz por você....

E depois de anos tentando assistir Tropa de Elite 2, finalmente eu consegui achar uma versão jóia. Sim, eu sei que não é bonito ser assim, mas como até filme para entrar em cartaz aqui demora horrores, eu tinha pressa. Achando que todos meus problemas tinham acabado, faltava a legenda. Não que eu precise, obviamente. Só que  ele sim precisa. Foram meses até achar o filme, então não esperava muito diferente para a legenda. Procura daqui, procura dali, 5min depois e voialá....legenda encontrada, mas em português! - o que não entendi muito bem o porquê, mas acabou sendo útil. Ok, filme em português, legenda em português e o que fazer? Nosso amigo-de-todo-dia Google deu a resposta. Um programinha jóia que traduz em 5min qualquer legenda para a língua que você desejar. E obviamente, faz isso de um jeitinho que só o Google pode fazer por você....

...e foi assim que Capitão Roberto Nascimento virou  Bob Birth!  

beijinhos ao pé da letra,
Ellen

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

o dia em que eu deixei de ser loira

Sempre achei que eu fosse loira. Não digo loira do tipo loira, mas loira do tipo loiro escuro ou castanho claro. Foram 26 anos acreditando que eu fosse assim. Não que eu quisesse ser loira e tenha mentido para mim esse tempo todo, mas é que eu realmente acreditava ser.

Há umas 2 semanas, na minha aula de francês, aprendíamos alguns adjetivos e a descrever coisas, objetos e afins. Daí meu professor me perguntou:

- Ellen, como você se descreveria?

Dentro da minha limitação de vocabulário, obviamente usei apenas as palavras que havíamos acabado de aprender.

- Eu? Bom...vamos lá. Ah, eu sou feliz, jovem do tipo super jovem, poderia estar com uns quilos a menos e blablabla e blablabla...Ah, e sou um pouco loira.   (reparem que eu disse um pouco loira. No meu francês, un peu blonde).

Todos começaram a rir.

Ok, na minha sala há uma italiana super morena e o resto é loira do tipo loira mesmo. E eu sou a peu blonde. Quer dizer, eu achava que era. Aparentemente eu sou morena por esses lados, e não adianta tentar convecê-los do contrário.

Voltei confusa para casa.

Daí durante o jantar:
- Ei, aparentemente eu não sou loira aqui na Europa.
- O quê?
- É, hoje na aula de francês eu me descrevi como loira e todo mundo riu.
- Mas é claro que eles riram.
- Como assim claro? São 26 anos acreditando numa coisa, daí vem um francês careca e me fala que eu sou morena? Você me acha morena?
- Claro que eu te acho morena. Por quê, você se acha loira? 
- Eu sou um pouco loira! E assim, você não acha que é nem um pouquinho loiro escuro ou castanho claro talvez?
- Não, nem um pouco.
- Hmm...você sempre soube que eu era morena?
- Claro que sim! Ellen, você tem certeza que sabe a tradução correta para loira e morena?
- Claro que eu sei! Em francês e em inglês.
- Então você é morena. Vai ter que aprender a conviver com isso.

E após 26 anos terminei meu dia sabendo que sou morena, mas com alma de loira.

beijinhos escurecidos,
Ellen

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

qu'est-ce que c'est?

Pelo pouco que ainda sei, o francês me parece uma língua muito rococó...muito rebuscamento pra dizer pouco. Comecei minhas classes há uns 10 dias atrás. Agora já sei quem eu sou, o que faço e onde moro...tudo isso em francês! Aliás, já sei até pedir por um sanduiche ainda que seja um simples com rúcula, queijo e presunto parma.

Agora a minha frase favorita é Qu'est-ce que c'est?. Leia-se como quês que cê e que simplesmente significa o que é isso?. Ainda não a posso utilizá-la a exaustão, pois meu vocabulário para a resposta é um pouco limitado. É como chegar em algum lugar, olhar para uma mesa e perguntar "Qu'est-ce que c'est?". A resposta seria mais ou menos "une burreau, sua trouxa". Ainda não sei dizer trouxa em francês também. Só sei que vou me divertindo e um dia chego lá, com biquinho e tudo mais.

un bisou quase bicudinho,
Ellen

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

e o que é que a Bélgica tem?

Digo, Bruxelas. O resto da Bélgica eu ainda não conheço.
Tive minha primeira impressão, mas ainda não pude fazer muitas conclusões. É aquela coisa de não ser turista, mas também não me considerar um super morada imersa na cultura local. Questão de tempo.

Aqui todo mundo fala francês, mas por ser a capital do país é oficialmente bilíngue. O francês e o holandês. Bruxelles em francês. Brussel em holandês. Daí em inglês é Brussels. Eu sempre me confundo toda e acabo chamando de Bruxells.

É terra de cerveja, dos Smurfs e do TinTin do átomo gigante e do menino-anão que faz xixi constantemente - o que não é necessariamente uma coisa de se orgulhar, mas eles se orgulham. Esse é o espiríto.

Aqui se come chocolate, wafle e mexilhões com batata frita - o tal do Moules Frites. Aliás, eles alegam que inventaram a batata frita! Verdade ou não, acredito que eles a consumam mais do que um irlandês.   Diferente de Dublin, eles tem fogão a gás, dia do lixeiro, caqui (!!!), horário pra sair o pão fresquinho e feiras de rua, ainda que sem pastel.

Aqui é a sede da União Européia, tem a Otan, o Parlamento europeu e um rei. A Audrey Hepburn e o Jean Claude van Damme também saíram daqui.

Tudo é mais lento e burocrático, e as pessoas mais mal humoradas e mal educadas. O serviço é ruim. As gorjetas em restaurantes não são comuns.

O transporte público funciona. Tem metrô, bonde, ônibus e bicicleta de aluguel. Aqui se bebe champagne. Se come muito bem. Toma-se café em cada esquina. Aliás, em cada esquina há uma praça charmosa, mas a principal está no centro - a Grand Place ou Grote Market (para deixar as duas línguas felizes). Os carros param se você ameaçar atravessar a rua, o que sempre dá medo. Aqui chove muito, venta muito e faz frio.

Eu virei mademoiselle e voilà virou minha expressão favorita.

parte da Grand Place ainda em trajes natalinos

Atomium

por 8 euricos sobe-se até uma das bolas para se ter uma vista super bacaninha para toda cidade

o pôr-do-sol na saída de lá
o Manneken Pis numa versão gigante de chocolate falso e comedora de waffles. A versão real é pouca coisa menor que a cabeça desse.
Arc du du Cinquantenaire  (que é quase uma releitura do Brandenburg Gate em Berlin)


A verdade é que ainda não tirei muitas fotos daqui, e as fotos a seguir não ilustram nada…eu só gosto delas e quero compartilhar.



essa é uma rua perto de casa que está no meu caminho do dia-a-dia e me encantava quando estava coberta de neve

essa é a pracinha em frente ao ponto de ônibus que eu uso


esse é um parque chamado Bois de la Cambre. É enorme e bonito. No verão é possível alugar esse barquinho aí da foto para dar uma volta no lago. Já no inverno há uma espécie de mini balsa que atravessa de uma margem a outra, te levando até aquele chalé ali de trás que é um café/restaurante


o parque

no lago

na ponte de pedra

Logo mais eu volto para ilustrar o resto.
bisous,
Ellen


PS. Lembram do boneco Manequinho? Aquele menino de cara dócil que fazia xixi toda vez que levava uns apertões nas costas?Pois então, acho que ele é uma releitura quase que em tamanho real da versão belga.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ontem...

...assistindo ao O ano em que meus pais saíram de férias....

- Ellen, como você diz grandfather em português?
- Avô
- Avô?
- Isso...
- Ava para grandmother?
- ohhhhhhhh
- O que?!
- Não...é avó.
- Mas não tem nenhuma diferença no que vocês está dizendo.
- Avô e avó
- É mesma coisa.
- É totalmente diferente. Um é ô e o outro é ó.
- É a mesmas coisa. E pra onde vai essa coisa de colocar o A quando é feminino?
- Nesse caso não se aplica.
- Não faz sentido. Se precisar eu vou usar abuela, tá?

E falando assim, pode até falar em espanhol que eu não acho ruim....

beijos entretidos,
Ellen


ps - e se você não assistiu ao O ano em que meus pais saíram de férias, assista. Tinha gostado há 5 anos atrás e gostei de novo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

começando de novo...

E seguindo ao pé da letra sobre o que dizem por aí...ano novo, vida nova.

Ontem eu deixei Dublin para trás. Assim do nada e antes do que eu esperava. Foram quase que exatos 2 anos e meio, que se completariam amanhã no dia 7. Obviamente, fácil não foi. Porém, tenho outras coisas em mente. Sempre quis fazer uma festa grande e chamar todo mundo para quando eu finalmente fosse dar meu tchau, mas não. Tive dias tranquilos, apenas conversando com aqueles que eu via praticamente todos os dias e que são os mesmos de quem sentirei falta. Obviamente, também fui tomar uma Guinness, mas sem grandes badalações. E pra você que nunca acreditava que um dia eu ia sair de lá, saí e saí a francesa. 

A verdade é que resolvi passar uma temporada abroad do abroad antes de voltar pra casa Estou de temporada nova e temporária na Bélgica, especificamente Bruxelas.

De um jeito simplificado posso dizer que nesses 2 anos e meio...

... não completei as minha to do list
... não fui pra lugares básicos da Irlanda como Cork, Sligo e Donegal
... fui pra outros lugares menos explorados e não menos interessantes
... saí da ilha para visitar16 países
... fui pro Brasil 2 vezes
... conheci filipinos, mauricios, jamaicanos, lituanios, eslovenos, eslovacos e até mesmos amapenses
... dei muitos tchaus
... aliás, agora sei falar tchau em 8 línguas diferentes
... também sei brindar em outras 10
... morei em 5 endereços diferentes
... morei com as mesmas 3 pessoas por quase 2 anos
... aprendi espanhol
... estava ali no primeiro Arthur´s Day
... fui estagiária no segundo Arthur´s Day
... vi patos de cabeça verde
... me acostumei a ver gansos andando livremente pelas ruas ao lado do Grand Canal
... aprendi que é tudo bem ir a praia de tênis (e não tirá-lo)
... fui num casamento irlandês
... aprendi a levar minhas próprias sacolas para o supermercado
... me graduei
... passei a achar natural beber água da torneira
... me fantasiei no Halloween
... me fantasiei outras inúmeras vezes
... descobri que gosto de me fantasiar
... vi arco-íris
... tomei muita chuva
... comecei a dar valor para o sol
... passei a entender um irlandês falando (ainda que nem sempre)
... descobri que jogar golfe pode ser legal
... participei de dois Paddy´s Day
... bebi cerveja verde no Paddy´s Day
... e tive minha luck of the Irish no mesmo dia (no sentido mais literal e menos dramático da expressão)

2 anos que deixarão saudades, mas são 2 novos meses que espero também deixar saudades. E uma das melhores coisas que me aconteceu lá, eu ainda o tenho aqui.

Um bom ano a todos!

beijinhos renovados,
Ellen

ps. ironica e coincidentemente, o primeiro lugar que eu coloquei meus pézinhos a primeira vez que saí do Brasil foi em Bruxelas. Isso há 15 anos atrás.