segunda-feira, 2 de março de 2009

Dia de São Valentino

Sei que as notícias já estão um pouco ultrapassadas, mas como dizem por aí, nada como um dia após ao outro. No dia seguinte ao meus maus momentos vividos, foi o Valentine´s Day (14 de fevereiro). Traduzindo, o dia de São Valentino, que nada mais é que o Dia dos Namorados. Sim, acho que só no Brasil é comemorado em junho. Não sei porque. A data em si não surte efeitos desastrosos em mim, mas esse seria meu primeiro final de semana aqui, ainda sem amigos e num dia em que todos andam aos pares e meninas sozinhas não são bem vistas, ainda mais em pubs. Enfim. As coisas aqui não são muito diferentes do Brasil nesse dia. Corações, flores e cartões para todos os gostos e por todos os lados. Além de restaurantes lotados e preços inflacionados. E o que era para ser um dia fadado a desgraça, foi adorável. Já que precisava de calças novas, resolvi que não haveria dia melhor para isso. E lá fui eu para meu programa revigorante de mulherzinha, compras. Antes de sair, coloquei meu super casaco quadriculado/xadrez (sim, o tal) e antes mesmo de deixar o quarto escutei um "que lindo seu casaco". Quase me debulhei em lágrimas. Depois disso, ouvi outras três vezes no mesmo dia. Foi especial. O albergue fica em frente ao Rio Liffey e estrategicamente atrás do Temple Bar. Ao sair daqui, vi uma movimentação estranha no rio e imaginei que alguém tivesse se jogado. Deve ser trauma de ter morado na região em que tudo acontece em SP (helicóptero em baixo de ponte, buracos homéricos, gente se jogando semanalmente no Rio Pinheiro, etc). Só que na verdade era uma competição de remo. Muito legal. Não sei bem exatamente do que se tratava, mas as mais diferentes pessoas estavam participando. Tinha o barco dos novinhos, dos velhinhos, das mulheres e por ai vai. Estava divertido. Havia alguns até com torcida organizada.



o albergue fica ali do lado esquerdo da foto
é do lado desse prédio marrom, só que não aparece na foto


eu adoro as meias

Quase congelando na beira do rio, resolvi que era hora de ir atrás das calças. Aqui há uma loja jóia que tem várias marcas e custam pelo menos 40% menos do que numa loja normal. É uma beleza. Enfim. Para lá fui eu. No caminho, numas das ruas famosinhas e charmosinhas de Dublin, a Grafton Street, vi mais uma manifestação. Dessa vez era um apanhado de pessoas sassaricando de um lado para o outro com cartazes. Míope que sou, só notei de se tratava do Free Hug quando já estava a uma distância suficiente para ser abraçada. Para aqueles que não sabem, Free Hug é uma campanha bem legalzinha e destinada a gente carente. Bobagem! Na verdade, tudo começou na Austrália com a bonita idéia de distribuir abraços a estranhos nas ruas de forma gratuita e pura para fazer as pessoas se sentirem melhor. Bom, comigo funcionou. Lá estava eu acanhada e tirando fotos quando fui notada e consequentemente abraçada. Aliás, mais um pouco eu teria até chorado no ombro do coitado que me abraçou. É o tal negócio de gente-recém-chegada-e-descontrolada. E eu também havia sido apedrejada no dia anterior, tinha todo esse direito. Só que me comportei. Não queria assustar as pessoas. Aliás, diria que de todos os abraços de poderia ganhar, recebi um bem bacaninha. Abençoado seja aquele que deu o primeiro abraço!


os que não abracei


o abraço que ganhei

Logo após a galerinha dos abraços gratuitos, havia a galerinha do Love Bus. Sim, o Ônibus do Amor (?!). Confesso que fiquei receosa com o que isso poderia ser, mas se tratava de caridade. Sim, caridade no sentido menos inovador da palavra. Por mais mesquinho que isso possa parecer, o dinheiro que tinha era para as minhas calças. Mantive o foco e passei rapidinho por lá.


The Love Bus


No final, não comprei as calças, mas super me diverti. A barganha do dia ficou por conta de um casaco da Zara de 40 euros por 14 euros! Ponto para mim. Agora as lojas só vendem roupas de verão (?!).
abraços apertados,
Ellen

P.S. Vale dizer que hoje eu me encontro muito mais estabilizada emocionalmente do que o tal dia em questão.

3 corações abertos:

Unknown disse...

Ellen,confesso que fiquei com peninha de vc. no começo da leitura. Me solidarizei com o gatinho que te abraçou, mas quando chegou na parte das compras,fiquei muito bronqueada.É o tal casaco vermelho que vc.falou?Eu disse p/esquecê-lo e comprar as calças.Pelo visto o vermelho lhe falou mais alto,pois é a sua cor preferida.Agora as calças devem estar com o preço lá nas alturas pois já é liquidação de inverno.Pelo menos vão achá-la mais normalzinha com um casaco de uma só cor,ou não?(xadrez de novo)?
Beijus compradora compulsiva.

Ellen disse...

Oi mãe,
Sim, foi algo para sentir pena. Pelo menos ganhei um abraço bacaninha que me animou. =)

E não, desisti do casaco vermelho. Pelo menos por enquanto. Comprei um outro, preto. Acho que v. ficará ainda mais bronquada quando souber da cor. Mas o casaco é ótimo, diferente do que eu tenho e poderei usá-lo tb no Brasil, já que exige no minímo umas 7 blusas por baixo para me deixar aquecida. E também foi uma barganha!!!

Ah, e como dizem por aí, filho de peixe, peixinho é! =)
beijos

Lilit disse...

Ohhh..e cá leio seu blog num dia depois do dia dos namorados acá, tb recém mudada e sem amigos, haha. Ontem fui numa festa junina prestigiar os casais, beber quentão e comer pinhão. =)